33 Nomes Científicos e Comuns

As regras de nomenclatura científica e as orientações de padronização de nomes comuns de espécies, tal como apresentadas nesta seção, são uma compilação dos aspectos mais relevantes/recorrentes nas publicações editadas pela Embrapa.

33.1 Nomes científicos de plantas, fungos, algas, bactérias e protistas

A seguir, estão apresentadas regras resumidas para nomenclatura científica de plantas, fungos, algas, bactérias e protistas.

Para consultar as regras completas de nomenclatura, recomenda-se acessar os códigos internacionais que as sistematizam. Para consultar os nomes científicos, recomenda-se acessar as bases de dados autorizadas (ver seção 33.1.4).

33.1.1 Taxonomia

As plantas, fungos, algas, bactérias e protistas são classificados, por convenção, nos seguintes grupos principais (táxons ou taxa), em sequência descendente: reino, divisão ou filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Todas essas categorias são nomeadas em latim.

Embora sejam palavras em latim, as categorias de classificação acima de gênero (família, ordem, etc.) são escritas em letra redonda e com inicial maiúscula (exceto no caso de bactérias, cujas categorias acima de gênero são escritas em itálico).

Exemplos:

O reino Plantae é composto por seres vivos pluricelulares.

A família Musaceae constitui um grupo da ordem Zingiberales.

33.1.2 Gênero e espécie

O nome científico é uma combinação binária: nome do gênero seguido do epíteto específico (ambos em itálico). O gênero deve estar com inicial maiúscula, e o epíteto específico com inicial minúscula.

Exemplo:

Genipa americana

Observação: Nas publicações da Embrapa, o nome binário será sempre grafado em itálico, independentemente de eventuais destaques e do tipo gráfico do texto circundante.

Para a grafia do nome científico, as seguintes orientações básicas se aplicam:

  • O gênero e a espécie devem sempre ser grafados por extenso na primeira citação no texto (capítulo ou artigo). Daí por diante, o gênero pode ser abreviado, utilizando-se a inicial maiúscula e o ponto de abreviação, desde que o epíteto específico esteja por extenso (ou seja, com “sp.” e “spp.”, não se pode usar a abreviatura de gênero).

    Exemplos:

    Schwenckia angustifolia

    S. angustifolia

    O café (Coffea sp.) é uma das principais culturas agrícolas do Brasil. As espécies Coffea arabica e Coffea canephora são as mais conhecidas. Dessas, o café mais fino é o da C. arabica. Os principais estados produtores de Coffea spp. são Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Paraná.

  • Se for mencionada uma nova espécie de um mesmo gênero já citado, o nome completo da nova espécie (isto é, o conjunto gênero e epíteto específico) deve ser grafado por extenso em sua primeira ocorrência.

    Exemplo:

    Na região, os adubos verdes mais utilizados são Crotalaria breviflora, Mucuna aterrima e Vicia sativa. Já Crotalaria juncea, que é muito comum nos demais estados do País, não foi encontrada na área pesquisada. Para o presente estudo, foram selecionadas as espécies C. breviflora e M. aterrima, que foram submetidas às análises morfológica e fisiológica.

    Observação 1: Uma vez adotada a forma abreviada, deve-se seguir assim até o fim do texto. Portanto, deve-se evitar a oscilação entre as formas por extenso e abreviada ao longo de um mesmo texto.

    Exemplo:

    Na região, os adubos verdes mais utilizados são Crotalaria breviflora, Mucuna aterrima e Vicia sativa. Já Crotalaria juncea, que é muito comum nos demais estados do País, não foi encontrada na área pesquisada. Para o presente estudo, foram selecionadas as espécies C. breviflora e M. aterrima, que foram submetidas à análise morfológica e fisiológica. No caso de M. aterrima, observou-se alto índice de [...]

    Exceção

    Não se deve usar o gênero abreviado quando o nome científico iniciar a frase (mesmo que sua forma por extenso já tenha sido apresentada antes no texto).

    Exemplo:

    As espécies de uso mais comum na região são Crotalaria juncea L., Crotalaria spectabilis Roth e Crotalaria breviflora D.C. Crotalaria spectabilis apresentou índices de produtividade melhores do que os de C. juncea.

    Observação 2: Para menção de diferentes gêneros cujas letras iniciais sejam idênticas e cujas abreviaturas possam causar dificuldade de entendimento e falta de clareza, deve-se grafar os gêneros sempre por extenso ao longo de todo o texto.

    Exemplos:

    [Diferentes gêneros de mesmo reino]
    Nesta região, os adubos verdes mais utilizados são Crotalaria breviflora e Canavalia gladiata. Já Crotalaria juncea, que é muito comum nos demais estados do País, não foi encontrada na área pesquisada. [...] Embora pouco frequente na região, Canavalia ensiformis revelou os maiores índices de nitrogênio, superando os índices nacionais de Crotalaria breviflora, Canavalia ensiformis e Crotalaria brasiliensis.

    [Diferentes gêneros de diferentes reinos]
    No primeiro artigo consultado, constatou-se que a população epifítica de Pseudomonas syringae pv. syringae van Hall sobrevive por até 25 dias em plantas de tomateiro. Já os autores do segundo artigo verificaram a sobrevivência de Pseudomonas syringae pv. syringae em ervas daninhas como Plantago lanceolata, Chenopodium album e Ipomoea purpurea. Também observaram que, em Physalis subglabata, a população epifítica sobreviveu por 16 semanas.

  • Caso haja necessidade de acrescentar um sinônimo ao nome científico, esse deve ser seguido da abreviatura “syn.” (do grego, synonymon), sem itálico ou negrito, e do nome alternativo. Esse conjunto deve estar entre parênteses.

    Exemplo:

    Crotalaria spectabilis (syn. Crotalaria retzii)

  • O nome científico de uma espécie pode ser seguido pelo nome da pessoa que primeiro a descreveu, geralmente abreviado e em fonte normal (sem itálico ou negrito).

    Exemplo:

    Genipa americana L.

    Quando ocorre qualquer alteração na nomenclatura de uma espécie, o nome do primeiro descritor é citado entre parênteses, seguido do nome da pessoa que fez a alteração.

    Exemplo:

    Medicago orbicularis (L.) All.

    [Neste caso, Linnaeus fez a identificação da espécie e Allioni fez a alteração]

    Observação: Quando a nomenclatura (ou sua alteração) for resultado do trabalho conjunto de mais de um autor, seus nomes devem ser ligados por “&” (“e” comercial):

    Exemplo:

    Mucuna aterrima (Piper & Tracy) Holland

    Para manter a padronização, recomenda-se que, se um nome científico for seguido de nome(s) de pessoa(s) (que o descreveram ou alteraram), os demais nomes científicos na mesma obra também o sejam, sempre que possível.

  • Quando a espécie ainda não foi identificada, o nome do gênero é seguido de “sp.” (abreviatura de “espécie”) ou de “spp.” (abreviatura de “espécies”). Nesse caso, o gênero (que não pode ser abreviado) é grafado em itálico, e as abreviaturas “sp.” e “spp.” são grafadas em fonte normal, com ponto abreviativo.

    Exemplos:

    Ranunculus sp. apresenta flores com muitos estames e pistilos espiralados.

    Mammilaria spp. são plantas suculentas.

  • No caso de espécies botânicas híbridas, o nome deve incluir um “x” (xis minúsculo) e em fonte normal (sem itálico ou negrito), sem ponto, antes do nome do gênero.

    Exemplo:

    x Triticosecale

Para o uso de nomes científicos (gênero e espécie) em figuras e tabelas, consultar a seção 25 e seção 26, respectivamente.

33.1.2.1 Espécies pouco conhecidas

Espécies de plantas pouco conhecidas devem ser citadas no título do trabalho com o nome binário, e, entre parênteses, deve constar o nome da família ou da ordem e da família, sem o nome do autor da espécie e a data, a menos que o trabalho seja específico à sistemática.

Exemplo:

Germinação de sementes de Matelea maritima (Asclepiadaceae)

33.1.2.2 Categorias entre gênero e espécie

Entre o gênero e o epíteto específico, podem aparecer as seguintes abreviaturas:

  • aff. — Abreviatura de “affinis”, deve ser escrita em fonte normal, com ponto de abreviação. Significa que é uma espécie afim, próxima à espécie indicada.

    Exemplo:

    Xylopia aff. brasiliensis

  • cf. — Abreviatura de “conferatum”, deve ser escrita em fonte normal, com ponto de abreviação. Significa que a espécie deve ser a indicada, mas que é preciso conferir, confirmar.

    Exemplo:

    Inga cf. cilindrica

33.1.2.3 Categorias abaixo de espécie

Abaixo de espécie, podem aparecer as seguintes informações:

  • ssp. ou subsp. — Abreviatura de “subespécie”, escrita em fonte normal, com ponto de abreviação. A subespécie é a categoria imediatamente abaixo de espécie.

    Exemplo:

    Echinodorus macrophyllus Mich. ssp. scaber

    Observação: Embora a forma “ssp.” seja de uso comum em vários periódicos e fontes [por exemplo, no Integrated Taxonomic Information System (2022)], a forma “subsp.” é recomendada no Código Botânico.

  • f. — Abreviatura de “forma”, que deve ser escrita em fonte normal, com ponto de abreviação. É uma subdivisão de espécie.

    Exemplo:

    Triticum caninum f. amurense

  • var. — Abreviatura de “variedade”, escrita em fonte normal, com ponto de abreviação. Categoria taxonômica entre espécie (ou subespécie) e forma; a variedade botânica não deve ser confundida com a variedade cultivada (cultivar).

    Exemplo:

    Acer palmatum var. palmatum

  • cl. — Abreviatura de “clone”, que deve ser escrita em fonte normal, com ponto de abreviação. O clone é um indivíduo proveniente de propagação vegetativa, geralmente utilizado em horticultura.

    Exemplo:

    Ipomoea batatas (L.) Lam. cl. Surpresa

  • f. sp. — Abreviatura de “forma specialis” [pl.: “formae speciales” (ff. spp.)], que deve ser escrita em fonte normal. A expressão, que pode acompanhar nomes de fungos e bactérias, serve para indicar a qual espécie cultivada o isolado do fungo foi patogênico. A abreviatura pode também ser omitida.

    Exemplo:

    Puccinia graminis f. sp. tritici, ou simplesmente P. graminis tritici, indica a forma patogênica ao trigo, e P. graminis avenae, à aveia.

  • Compostos com "-var" — Termos relativos à classificação infrassubespecífica (abaixo de subespécie) de microrganismos (em geral, bactérias). Embora em uso na literatura, não são tratados pelo International Code of Nomenclature of Prokaryotes (2022). Alguns deles são: “biovar”, “chemovar”, “morphovar”, “pathovar”, “phagovar”, “serovar” e “sequevar", descritos a seguir:

    Quando usados como parte do nome científico, os termos “chemovar”, “morphovar”, “pathovar” e “phagovar” são assim escritos (em inglês). No entanto, quando usados no corpo do texto, podem ser aportuguesados (“quemovar”, “patovar”, “fagovar”).

    • Biovar (bv.) — Variante biológica. É relativa a uma estirpe ou grupo de estirpes, dentro de uma mesma espécie, que se diferencia quanto aos caracteres fisiológicos e bioquímicos.

      Exemplos:

      Ralstonia solanacearum race 3 biovar 2

      Aeromonas hydrophila biovar hydrophila

    • Chemovar (não tem abreviatura) — Variante química. É uma entidade quimicamente distinta, em uma planta ou em um microrganismo, com diferenças na composição de metabólitos secundários.

      Exemplo:

      Mycobacterium chelonae chemovar niacinogenes

    • Morphovar (não tem abreviatura) — Variante morfológica. É a estirpe de uma determinada espécie que é fisiologicamente diferente de outras da mesma espécie.

      Exemplo:

      Acinetobacter junii morphovar I

    • Pathovar (pv.) — Variante patogênica. É uma estirpe ou grupo de estirpes de uma determinada bactéria, que se diferencia de outras estirpes da mesma espécie por sua patogenicidade a determinados hospedeiros.

      Exemplo:

      Pseudomonas syringae pv. syringae B64

    • Phagovar (não tem abreviatura) — Variante fagocitótica. É a estirpe de uma bactéria que se distingue por ser vulnerável a bacteriófagos.

      Exemplo:

      Listeria monocytogenes phagovar 2389/2425/3274/2671/47/108/340

    • Race (não tem abreviatura) — É uma coleção de estirpes que diferem de outras, dentro da mesma espécie de bactéria ou pathovar, na escolha de um hospedeiro específico que pode ser uma cultivar ou um germoplasma.

      Exemplo:

      Ralstonia solanacearum race 3 biovar 2

    • Serovar (sv.) — Variante antígena. É a estirpe de uma bactéria que se distingue das outras estirpes por sua antigenicidade.

      Exemplo:

      Salmonella enterica subsp. enterica serovar Heidelberg str. B182

    • Sequevar (não tem abreviatura) — Variante de sequência genética. É a estirpe de uma bactéria que se distingue das outras estirpes por sua sequência genética.

      Exemplo:

      Mycobacterium avium complex ITS sequevar MAC-Q

33.1.3 Observações gerais

As seguintes observações gerais se aplicam ao uso de nomes científicos e comuns de plantas, fungos, algas, bactérias e protistas:

  • Diante de nome científico, não se deve usar artigo definido (“a” ou “o”) e, por consequência, tampouco sinal indicativo de crase:

    Exemplos:

    Conforme estudo, Coffea canephora apresentou valores maiores de densidade estomática em comparação a Coffea arabica.

    No entanto, se há algum substantivo antecedendo o nome científico, adotam-se as regras gerais para crase:

    Exemplo:

    Conforme estudo, Coffea canephora apresentou valores maiores de densidade estomática em comparação à espécie Coffea arabica.

  • O nome comum deve vir acompanhado da denominação científica binária quando citado pela primeira vez no texto.

    Exemplo:

    O feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é uma das principais culturas da região Centro-Oeste.

    Para uso do hífen em nomes comuns compostos, consultar a seção 38.3.

33.1.4 Códigos de nomenclatura e bases de dados

Para consultar as regras completas de nomenclatura científica de plantas, fungos, algas, bactérias e protistas, recomenda-se acessar os seguintes códigos internacionais:

  • Código de nomenclatura científica de plantas, fungos e algas

    International Code of Nomenclature for Algae, Fungi and Plants (Shenzhen Code) (International Association for Plant Taxonomy, 2018)

    Observação: Neste código, também constam regras de nomenclatura para alguns organismos que, embora não sejam considerados plantas, fazem fotossíntese, como algumas espécies de bactérias (Cyanobacteria), fungos (inclusive quitrídeos, oomicetos e bolores) e protistas.

  • Código de nomenclatura científica de bactérias

    International Code of Nomenclature of Prokaryotes (2022)

    Observação: A base deste código é o Bacteriological Code 1990 Revision (National Center for Biotechnology Information — NCBI), ao qual se acrescentaram alterações feitas pelo International Committee on Systematic Bacteriology (ICSB) e pelo International Committee on Systematics of Prokaryotes (ICSP) (Lapage et al., 1992).

Para consultar os nomes científicos das espécies, recomenda-se acessar as seguintes bases de dados autorizadas:

33.1.5 Cultivar

No caso de cultivares, as seguintes diretrizes básicas se aplicam:

  • A palavra “cultivar” significa “variedade cultivada” de uma planta; portanto, é palavra de gênero feminino (deve-se dizer “a cultivar”).
  • Quando acompanhar o nome científico da espécie, o nome da cultivar deve ser escrito em fonte normal e com inicial maiúscula após o nome binário.

    Observação: Em textos anteriores à publicação do Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas [International Code of Nomenclature for Cultivated Plants — ICNCP – (Brickell et at., 2016)], utilizava-se, após o nome científico da espécie, a abreviatura “cv.” seguida do nome da cultivar. Atualmente, o código recomenda que o nome científico seja seguido do nome da cultivar entre aspas simples (tipográficas ou retas).

    Exemplos:

    [Nomenclatura antiga] Ananas sativus cv. Pérola

    [Nomenclatura atual, com aspas] Ananas sativus ‘Pérola’

    [Nomenclatura atual, com aspas] Phaseolus vulgaris 'BRS 9435 Cometa'

  • Quando acompanhar o nome comum, o nome da cultivar deve ser grafado em fonte normal, com inicial maiúscula, com aspas simples e sem “cv.”.

    Exemplo:

    O abacaxi ‘Pérola’ foi apresentado aos agricultores durante o evento.

  • Uso da palavra “cultivar” ou sinônimas que se refiram a variedades comerciais registradas: Nas obras para público especializado, deve-se preferencialmente evitar o uso da palavra “cultivar” ou sinônimas e adotar a notação estabelecida pelo ICNCP (Brickell et al., 2016); isto é, usar aspas simples. Quando, no entanto, a palavra “cultivar” (ou sinônima) for usada, o nome da cultivar que se segue deve ser usado sem aspas.

    Exemplo:

    O abacaxi cultivar Pérola foi apresentado aos agricultores durante o evento.

  • A grafia das cultivares deve obedecer às normas do Código ICNCP (Brickell et al., 2016). No caso das registradas no Brasil, devem obedecer também às normas do Ministério da Agricultura e Pecuária e, no caso das registradas em outros países, deve-se consultar as normas das autoridades responsáveis pela proteção de cultivares no diretório da International Union for the Protection of New Varieties of Plants (2022).

    Para consultar o nome de cultivares registradas no Brasil, deve-se acessar a base de dados do Registro Nacional de Cultivares (Brasil, 2022).

33.2 Nomes científicos de animais

A seguir, estão apresentadas regras resumidas para nomenclatura científica de animais.

Para consultar as regras completas de nomenclatura, recomenda-se acessar o código internacional que as sistematizam. Para consultar os nomes científicos, recomenda-se acessar as bases de dados autorizadas (ver seção 33.2.4).

33.2.1 Taxonomia

Os animais são classificados, por convenção, nos seguintes grupos principais (táxons ou taxa), em sequência descendente: reino, divisão ou filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Todas essas categorias são nomeadas em latim.

Embora sejam palavras em latim, as categorias de classificação acima de gênero (família, ordem, etc.) são escritas em letra redonda e com inicial maiúscula.

Exemplo:

O reino Animalia é composto por seres vivos pluricelulares.

Observação: Em Entomologia, para registrar as categorias acima de gênero (por exemplo, ordem e família) de um determinado animal, segue-se a notação adotada em alguns periódicos (como Austral Entomology e Annals of the Entomological Society of America): escrever, entre parênteses, a ordem, seguida de família (ambas as categorias com iniciais maiúsculas), sem destaques e separadas por dois-pontos.

Exemplo:

Essas plantas apresentam um potencial enorme a ser explorado quanto à preservação da fauna de abelhas (Hymenoptera: Apoidea) e à proteção ambiental.

33.2.2 Gênero e espécie

O nome científico de animais é uma combinação binária: nome do gênero seguido do epíteto específico (ambos em itálico). O gênero deve estar com inicial maiúscula, e o epíteto específico com inicial minúscula.

Observação: Nas publicações da Embrapa, o nome binário será sempre grafado em itálico, independentemente de eventuais destaques e do tipo gráfico do texto circundante.

Para a grafia do nome científico, as seguintes orientações básicas se aplicam:

  • Em textos taxonômicos, o nome científico deve ser seguido do nome de seu autor por extenso e de sua data de publicação (autor e data sem destaque) na primeira vez em que é mencionado no texto.

    Exemplo:

    Conotracheclus psidii Marshall, 1922

    Em textos que não sejam especificamente taxonômicos, a exigência de citação do autor varia de acordo com a publicação considerada. A citação do autor somente necessita ser feita na primeira vez. O ano em que foi proposto o nome científico deverá constar, se isso for importante, por questões históricas ou outras.

    Exemplo:

    Aphis gossypii Glover, 1877

    Para manter a padronização, recomenda-se que, se um nome científico for seguido de nome de seu autor, os demais nomes científicos na mesma obra também o sejam, sempre que possível.

  • No caso de mudança de gênero, a citação do autor original deve aparecer junto com a data, entre parênteses; porém, deve-se sempre consultar as bases de dados quanto à nomenclatura.

    Exemplo:

    Blatella germanica (Linnaeus, 1767)

  • O gênero e espécie devem sempre ser grafados por extenso na primeira citação no texto (capítulo ou artigo). Daí por diante, o gênero pode ser abreviado, utilizando-se a inicial maiúscula e o ponto de abreviação, desde que o epíteto específico esteja por extenso (ou seja, não se pode usar gênero abreviado seguido de “sp.” e “spp.”).

    Exemplo:

    Canis lupus Linnaeus, 1758

    C. lupus

    Se for mencionada uma nova espécie de um mesmo gênero já citado, o nome completo da nova espécie (isto é, o conjunto gênero e epíteto específico) deverá ser grafado por extenso em sua primeira ocorrência.

    Exemplo:

    Na região, foram identificadas as presenças de Canis lupus Linnaeus, 1758 e Felis silvestris Schreber, 1777. Já Canis latrans Say, 1823 não foi encontrada na área pesquisada. Para o presente estudo, foi selecionada a espécie C. lupus para um detalhado estudo morfológico e fisiológico.

    Observação 1: Uma vez adotada a forma abreviada, deve-se mantê-la até o fim do texto. Portanto, deve-se evitar a oscilação entre as formas por extenso e abreviada ao longo de um mesmo texto.

    Exemplo:

    Na região, foram identificadas as presenças de Canis lupus Linnaeus, 1758, Canis aureus Linnaeus, 1758 e Felis silvestris Schreber, 1777. Já Canis latrans Say, 1823 não foi encontrada na área pesquisada. Para o presente estudo, foram selecionadas as espécies C. lupus e C. aureus para um detalhado estudo morfológico e fisiológico. No caso de C. aureus, observou-se [...]

    Exceção

    Não se deve usar gênero abreviado quando o nome científico iniciar a frase (mesmo que sua forma por extenso já tenha sido apresentada antes no texto).

    Exemplo:

    Nesta região, Canis lupus Linnaeus, 1758, Canis aureus Linnaeus, 1758 e Canis simensis Rüppell, 1840 são as espécies mais comuns. Canis aureus é a espécie que tem mais indivíduos catalogados.

    Observação 2: Para menção de diferentes gêneros cujas letras iniciais sejam idênticas e cujas abreviaturas possam causar dificuldade de entendimento e falta de clareza, deve-se grafar os gêneros por extenso ao longo de todo o texto.

    Exemplo:

    Na região, foram identificadas as presenças de Canis lupus Linnaeus, 1758, Canis aureus Linnaeus, 1758 e Chrysocyon brachyurus Illiger, 1815. Já Canis latrans Say, 1823 não foi encontrada na área pesquisada. [...] Esse método de aumento da população de Canis aureus na região teve êxito, atingindo índices superiores aos índices internacionais para Chrysocyon brachyurus e Cerdocyon thous Linnaeus, 1766.

  • Quando a espécie ainda não foi identificada, o nome do gênero é seguido de “sp.” (abreviatura de “espécie”) ou de “spp.” (abreviatura de “espécies”). Nesse caso, o gênero (que não pode ser abreviado) é grafado em itálico, e as abreviaturas “sp.” e “spp.” são grafadas em fonte normal, com ponto abreviativo.

    Exemplos:

    Aphis sp.

    Aphis spp.

Para o uso de nomes científicos (gênero e espécie) em figuras e tabelas, consultar a seção 25 e seção 26, respectivamente.

33.2.3 Observações gerais

As seguintes observações gerais se aplicam ao uso de nomes científicos e comuns de animais:

  • Antes de nome científico, não se deve usar artigo definido (“a” ou “o”) e, por consequência, tampouco sinal indicativo de crase:

    Exemplos:

    As cultivares X, Y e Z são de baixa resistência a Sarasinula sp.

    O objetivo deste trabalho foi identificar espécies de Myrtaceae resistentes a Meloidogyne mayaguensis.

    No entanto, se há algum substantivo antecedendo o nome científico, adotam-se as regras gerais para crase.

    Exemplo:

    As cultivares X, Y e Z são de baixa resistência à lesma Sarasinula sp.

  • O nome comum de animais deve vir acompanhado da denominação científica binária, quando citado pela primeira vez no texto.

    Exemplo:

    O cão doméstico (Canis lupus familiaris L., 1758) foi o primeiro a ser classificado no gênero Canis.

    Para uso do hífen em nomes comuns compostos, ver seção 38.3.

33.2.4 Código de nomenclatura científica e bases de dados

Para consultar as regras completas de nomenclatura científica de animais, recomenda-se acessar o seguinte código internacional:

Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (International Commission on Zoological Nomenclature, 2022)

Para consultar os nomes científicos das espécies, recomenda-se acessar as seguintes bases de dados autorizadas:

Encyclopedia of Life (2022)

Global Biodiversity Information Facility (2022a)

Animal Diversity Web (2022)

World Register of Marine Species (2022)

Integrated Taxonomic Information System (2022)

Oxford University Museum of Natural History (2022)

Index to Organism Names (ION) – Thomson Reuters (Clarivate Analytics, 2022)

FishBase (2022)

Natural History Museum (2022)

Catalogue of Life (2022)

Museum of Comparative Zoology (Harvard University, 2022)

Entomological Society of America (2022)

The Pherobase (2022)

Iowa State Entomology Index of Internet Resources (2022)

Antbase.org (2022)

Illinois Natural History Survey (2022)

33.3 Nomes de vírus

A seguir, estão apresentadas regras resumidas para a nomenclatura de vírus.

Para consultar as regras completas de nomenclatura, recomenda-se acessar o código internacional que as sistematizam. Para consultar os nomes de vírus, recomenda-se acessar as bases de dados autorizadas (ver seção 33.3.3).

33.3.1 Taxonomia

As regras para nomenclatura de vírus são independentes das regras para nomenclatura científica dos demais seres. Para certificar-se da escrita correta do nome, consulte o site das bases de dados.

Observação 1: O sistema de classificação universal de vírus utiliza os níveis hierárquicos de ordem, família, subfamília, gênero e espécie — conforme o International Committee on Taxonomy of Viruses (2021).

Observação 2: Os nomes de gênero e acima de gênero são escritos em latim; no entanto, o nome da espécie do vírus é em inglês. Mesmo assim, há casos em que pode haver palavras em latim (quando se inclui, no nome do vírus, a espécie de organismo que ele infecta).

33.3.2 Algumas diretrizes

Para uso de nomes de vírus, as seguintes diretrizes básicas se aplicam:

  • Em sua primeira menção, o nome da espécie do vírus deve vir acompanhado de sua sigla.
  • Na primeira citação formal de uma espécie de vírus no texto, deve-se acrescentar o nome do gênero e da família. Depois, ao longo do texto, pode-se utilizar a sigla ou o nome comum do vírus.

    Exemplo:

    Um dos problemas clássicos é o mosaico-comum, causado pelo Bean common mosaic virus (BCMV), gênero Potyvirus, pertencente à família Potyviridae. O BCMV é transmitido, na natureza, por afideos.

  • Nomes de vírus não são traduzidos. No entanto, se o nome do vírus em português é tradicionalmente utilizado, ele pode ser referido na primeira citação, contanto que seguido do nome em inglês, entre parênteses e em itálico, acompanhado da respectiva sigla, tal como definidos pelas bases de dados dos vírus.

    Observação: Não há sigla para os nomes traduzidos para português, pois não são reconhecidos internacionalmente.

    Exemplos:

    A doença é causada pelo vírus do mosaico da cana-de-açúcar (Sugarcane mosaic virus — SCMV).

    O vírus do mosaico do tomateiro (Tomato mosaic virus — ToMV) é distinto do vírus do mosaico do fumo (Tobacco mosaic virus — TMV), porém os sintomas que os dois vírus causam em tomateiro são indistinguíveis.

  • Os nomes de ordens de vírus (por exemplo, Mononegavirales), famílias (por exemplo, Picornaviridae), subfamílias (por exemplo, Parvovirinae) e gêneros (por exemplo, Hepacivirus) são escritos em itálico, com letra inicial maiúscula.
  • Os nomes de espécies de vírus são grafados em itálico e com a primeira letra da primeira palavra em maiúscula (por exemplo, Mumps virus). As demais palavras não apresentam a primeira letra em maiúscula, a menos que sejam nome próprio (por exemplo, West Nile virus), partes de nomes próprios (por exemplo, Enterobacteria fago MS2) ou identificadores alfabéticos (por exemplo, Enterovirus A).

33.3.3 Código de nomenclatura e bases de dados

Para consultar as regras completas de nomenclatura de vírus, recomenda-se acessar o seguinte código internacional:

The International Code of Virus Classification and Nomenclature (International Committee on Taxonomy of Viruses, 2021)

Para consultar os nomes de vírus, recomenda-se acessar as seguintes bases de dados autorizadas:

International Committee on Taxonomy of Viruses (2023)

National Center for Biotechnology Information (2022c)

33.4 Nomes de genes e proteínas

A seguir, estão apresentadas algumas regras resumidas para nomenclatura de genes e proteínas:

  • Os nomes de genes, quando escritos por extenso, iniciam-se em letra minúscula (exceto em início de frase) e sem itálico.

    Exemplo:

    Fator de crescimento semelhante à insulina tipo I

  • Os símbolos dos genes são, em geral, escritos em itálico.

    Exemplo:

    Para o gene “fator de crescimento semelhante à insulina tipo I”, o símbolo é IGF1.

  • Os símbolos de proteínas são escritos sem itálico.

    Exemplo:

    O fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF1) é uma proteína sintetizada principalmente pelo fígado.

Para consultar as regras completas de nomenclatura e os nomes de genes e proteínas, recomenda-se acessar as seguintes convenções internacionais e bases de dados autorizadas:

33.5 Nomes comuns de pragas e doenças

33.5.1 Pragas

Praga é qualquer espécie, raça ou biótipo de vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivos aos vegetais ou aos produtos vegetais (FAO, 2006). No entanto, é preciso esclarecer que nenhum ser é, em si, uma praga; ele se torna uma praga em determinada circunstância para uma determinada cultura.

O nome comum de pragas deve ser grafado com inicial minúscula, sem itálico e sempre com hífen (tendo ou não elemento de ligação) e deve sempre estar acompanhado do respectivo nome científico em sua primeira menção no texto.

Exemplos:

Como principal praga que causa danos à cultura do gergelim, a lagarta-enroladeira (Antigastra catalaunalis Duponchel, 1833) exige controle sistemático em grandes lavouras ou em áreas tradicionais de cultivo.

A mosca-das-frutas (Anastrepha fraterculus Wiedemann, 1830) é de cor amarelada, corpo amarelo mais escuro e asas transparentes, com manchas escuras de desenho característico.

33.5.2 Doenças

As orientações para grafar o nome de doenças são as seguintes:

  • O nome comum de doenças deve ser grafado com inicial minúscula e sem itálico. Quando não há elemento de ligação, o nome deve ser grafado com hífen.

    Exemplos:

    A mancha-angular do feijoeiro-comum é uma das principais doenças fúngicas desta leguminosa e encontra-se presente em todas as regiões produtoras.

    Em lavouras atacadas por podridão-branca, inicialmente se observa o amarelecimento, seguido da morte de plantas.

    Excepcionalmente, o nome de algumas doenças específicas não leva hífen.

    Exemplos:

    Leucose linfoide

    Leucose enzoótica bovina

    Febre tifoide

    Febre amarela

    Gripe suína

    Gripe aviária

    Encefalite japonesa

  • Quando elemento de ligação (preposição, conjunção, etc.), o nome deve ser grafado sem hífen.

    Exemplos:

    A virose mosaico do tomateiro infecta diversas plantas.

    Entre as doenças consideradas mais importantes, pode-se citar a mela das sementes da braquiária, causada pelo fungo Claviceps sulcata.

    Naquela época, a morte em reboleira era considerada a principal doença da soja.

  • Os nomes comuns de algumas doenças podem incluir a referência ao gênero do seu causador. Nesses casos, deve-se usar a forma latina (com inicial maiúscula e em itálico).

    Exemplos:

    mancha de Ramularia

    gomose de Phytophthora

    murcha de Fusarium

  • Por vezes, nomes de sintomas e de doenças são iguais (um dá origem ao outro). No texto, é preciso atenção para não confundi-los.

    Exemplo:

    [Mancha-foliar: nome de doença]
    A helmintosporiose, também conhecida como mancha-foliar, ocorre principalmente em viveiros, sob condições de alta umidade e pouco arejamento.

    [Mancha foliar: sintoma]
    O fungo causador da cercosporiose provoca mancha foliar de aspecto aveludado, além de lesão em pecíolos e hastes.

  • Nomes de doenças com o termo “mal” geralmente têm hífen, exceto quando há um elemento de ligação.

    Exemplos:

    mal-caduco [= epilepsia]

    mal-francês [= sífilis]

    mal das folhas

    Para nomes de doenças com o termo “mal”, convém relembrar o que consta na seção 38.3.1.1.

  • Às vezes, a doença e a praga têm o mesmo nome; é preciso atentar para não confundi-las.

    Exemplos:

    vassoura-de-bruxa [Praga: fungo causador da doença]

    vassoura de bruxa [Nome da doença]


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