45 Produção Gráfica
45 Produção gráfica
Esta seção apresenta noções básicas relacionadas à produção gráfica de publicações impressas, com destaque para o processo de impressão ofsete, os papéis utilizados, os acabamentos mais comuns e as especificações básicas para orçamentos.
Em termos gerais, depois de escolhida a gráfica que realizará o serviço de impressão, a Unidade da Embrapa responsável pela editoração ou o profissional terceirizado contratado para fazer a editoração da publicação deve enviar, para a gráfica, o arquivo fechado em PDF contendo a obra diagramada, já com as marcas de corte e as especificações de papel, acabamento, cores e tiragem. A gráfica, então, deve produzir uma prova de impressão para que o cliente (isto é, a Unidade) visualize o protótipo da obra em papel e, em sendo aprovada, autorize a sua impressão.
45.1 Impressão
Os tipos básicos de impressão gráfica mais adotados são o ofsete e o digital.
Para tiragens grandes, o processo de impressão mais utilizado é o ofsete, pois favorece a produção com qualidade. Já para tiragens reduzidas, o processo de impressão digital é a opção que tem a melhor relação custo-qualidade.
45.1.1 Impressão ofsete
O processo de impressão do tipo ofsete é utilizado principalmente para grandes tiragens (acima de 500 exemplares). Nesse processo, a imagem a ser impressa é gravada em uma chapa metálica fotossensível (matriz de impressão) que é presa a um cilindro que gira, recebendo a tinta nas áreas gravadas e transferindo a tinta para o cilindro de impressão (blanqueta de borracha), que, por sua vez, transfere a imagem para o papel. Assim, a chapa imprime primeiramente na blanqueta e, depois, a imagem é passada para o papel.
Na matriz de impressão, são gravados todos os elementos (textos, figuras, tabelas, etc.) a serem impressos, exatamente como diagramados no arquivo fechado recebido pela gráfica.
A gravação da matriz de impressão é feita diretamente a partir de comandos de computador. Esse processo, denominado computer-to-plate (CTP), baseia-se na conversão da informação digital (arquivo em PDF contendo a obra diagramada), utilizando a tecnologia a laser para gravação das matrizes de impressão a partir de uma máquina digital. O CTP reduz o tempo de produção e aumenta a qualidade do produto final.
As tintas utilizadas para impressão ofsete têm a base oleosa e são de dois tipos:
- Tintas de cores básicas — São tintas que contêm as cores puras do sistema de cor CMYK (C = ciano; M = magenta, Y = amarelo e K = preto). No processo de impressão, cada cor de tinta é colocada no papel em camadas separadas, ou seja, cada cor é impressa uma após a outra. Assim, combinando as quatro cores básicas, em níveis que vão de 0 a 100%, se consegue reproduzir todas as cores estabelecidas no projeto gráfico da publicação.
- Tintas de cores especiais — São tintas com cores específicas, com numeração baseada no sistema de cor Pantone, que possibilitam, quando necessário, a impressão da cor desejada com maior fidelidade.
Para o sistema CMYK, foi convencionada uma escala que denota se o arquivo será impresso em uma ou mais cores. Segundo essa convenção, atribui-se o número 1 quando se imprime apenas uma cor (geralmente a preta); atribui-se o número 4 quando se imprimem as quatro cores básicas; e atribui-se o número 0 quando não se utiliza cor alguma. Entre as combinações mais encontradas estão: 4 x 0 — colorido na frente e sem impressão no verso; 4 x 1 — colorido na frente e tons de uma única cor no verso; 4 x 4 — colorido na frente e no verso; e 1 x 1 — tons de uma única cor na frente e no verso.
Atenção
As publicações para impressão podem ser diagramadas nos padrões de cores CMYK e/ou Pantone, mas nunca no padrão RGB.
45.1.2 Impressão digital
O processo de impressão digital é utilizado especialmente para pequenas tiragens (de até 200 ou 500 exemplares, dependendo do tipo de publicação). Como este processo não implica uma série de etapas típicas do ofsete (gravação de chapa impressora, ajustes de máquina e operação de mecanismos intermediários entre a tinta e o papel), ele acaba tendo custo menor para pequenas tiragens.
Nesse processo, a imagem a ser impressa é transferida diretamente do computador (arquivo fechado em PDF) para o papel por meio de copiadoras coloridas, impressoras a laser ou jato de tinta e impressoras de provas digitais.
O sistema de cor CMYK, utilizado na impressão ofsete, é também o padrão adotado na impressão digital. Nesse caso, utilizam-se tintas específicas para cada tipo de equipamento.
Embora o resultado final da impressão e do acabamento possa variar consideravelmente, existem gráficas rápidas capazes de fazer impressão digital com ótima qualidade e durabilidade (similares às da impressão ofsete), que podem ser combinadas com a maioria dos acabamentos e encadernações. Apesar disso, atualmente, esse tipo de impressão não é adotado para grandes tiragens visto que seus custos ainda superam os da impressão ofsete.
45.2 Provas de impressão
A qualidade final de uma obra impressa depende de uma série de detalhes (matérias-primas escolhidas, processo de impressão escolhido, tecnologia adotada, etc.). Assim, antes de aprovar qualquer serviço de impressão, especialmente em se tratando de impressão ofsete, o cliente deve solicitar à gráfica pelo menos uma prova de impressão visando sua conferência e aprovação do produto final a ser impresso.
Além da prova de leiaute, que deve ser realizada antes de o diagramador fechar o arquivo (em PDF) a ser encaminhado para a gráfica, há os seguintes tipos de provas de impressão:
- Prova de imposição gráfica — É usada para verificar o posicionamento das páginas da publicação na folha de impressão, especialmente quando várias páginas são impressas em uma única folha de papel. A prova pode ser impressa em preto e branco usando impressora comum a laser ou jato de tinta, sem a necessidade da gravação de chapas impressoras.
- Prova de cor — É usada para configurar, ajustar e simular, da forma mais exata possível, as cores finais da publicação a ser impressa, devendo ser, em regra, solicitada pelo contratante do serviço de impressão (isto é, a Unidade da Embrapa). Existem basicamente dois tipos de provas de cor:
- Prova de cor digital — É a prova de cor mais usada atualmente, sendo feita por um equipamento digital de alta definição (impressora de prova digital), que pode ser calibrado para ajustar seu perfil com o de uma impressão ofsete. O resultado das cores que essa prova impressa oferece é muito similar ao da impressão ofsete, mas, como são processos diferentes, ainda assim, podem existir variações. Essa prova também serve para avaliar as linhas de corte, sangrias e calibragem de cores com o objetivo de garantir a igualdade das cores.
- Prova de cor em prelo — É a prova impressa que reproduz, com maior fidelidade, o processo de impressão ofsete. O método, no entanto, é mais demorado, caro e trabalhoso do que o digital, pois, para a sua produção, é necessário gravar uma chapa impressora e usar tinta gráfica.
A Unidade da Embrapa contratante do serviço de impressão deve solicitar que a prova de cor seja fornecida na forma impressa. O mesmo conteúdo, quando fornecido na forma de arquivo em PDF, não serve como prova de cor, pois a visualização das cores no monitor não reflete exatamente o que será impresso no papel.
- Boneco — É uma prova física que simula, com mais fidelidade, o aspecto final da publicação depois de impressa, geralmente com a quantidade e sequência corretas de páginas e os acabamentos básicos (de miolo e capa), como papel, cores, corte, laminação e encadernação. Com o boneco, é possível avaliar todo o conjunto da obra antes da sua efetiva produção na tiragem contratada.
Para a produção de provas contratuais de cor ou boneco, alguns requisitos devem ser observados pelo contratante do serviço de impressão:
- Repetibilidade — O prestador de serviço gráfico deve ter capacidade técnica de produzir provas o mais semelhantes possível em relação ao produto final, com mínima variação de cores e qualidade de impressão ofsete.
- Consistência — As cores das provas não devem sofrer alteração ao longo do tempo (por no mínimo 60 dias ou conforme necessidade a ser estabelecida entre as partes).
- Papel — O papel utilizado deve ser capaz de simular, com fidelidade, o resultado da impressão ofsete e a reprodução de cores. Os problemas mais comuns são a baixa aceitação de tintas e a falta ou excesso de porosidade, brilho e brancura do papel.
- Tintas — As tintas das provas devem ser capazes de simular, com fidelidade, a impressão ofsete e a reprodução de cores.
Atualmente, as gráficas entregam uma única prova (boneco no formato, cores e acabamentos pretendidos), geralmente feita por impressora digital, para conferência e aprovação de cor e imposição gráfica.
45.3 Papel
45.3.1 Gramatura e textura
Os papéis usados para impressão gráfica ou digital têm gramaturas (densidades) diferentes, padronizadas pela indústria, sendo as mais comuns de 75, 90, 120, 150, 180, 240, 300, 350 e 400 g/m².
Papéis com baixa gramatura são mais adequados para o miolo de publicações volumosas. Nos casos de baixa gramatura, deve-se estar atento para a transparência (opacidade) do papel, para que não comprometa a leitura de cada lado. Os papéis de maior gramatura são mais encorpados, razão por que devem ser utilizados na produção de capas de publicações. Particularmente nesse último caso, convém verificar se o projeto gráfico prevê a impressão na frente e no verso, pois alguns tipos mais encorpados de papel não apresentam a mesma superfície nos dois lados.
Os papéis mais comuns são os brancos e lisos, mas o mercado oferece também outros tipos com textura, brilho e cor variados. Como a escolha do papel depende do tipo de publicação a ser impressa e impacta no valor final do serviço de impressão, é importante fazer, com antecedência, uma avaliação criteriosa de custos e benefícios.
45.3.2 Papéis mais comuns
45.3.2.1 Papel ofsete
Esse tipo de papel é muito utilizado em gráficas para a impressão do miolo de publicações em geral devido a características que garantem cores vivas, boa nitidez e alta qualidade do produto final. Por ter acabamento relativamente poroso, o papel ofsete não é apropriado para impressos com ilustrações mais elaboradas. A gramatura de 75 g/m² é indicada para trabalhos impressos em até duas cores (ou para quatro cores com baixa carga de tinta) e a de 90 a 120 g/m² para trabalhos em quatro cores. Trabalhos com grandes áreas chapadas, sem retículas, devem ser impressos em gramatura maior do que 90 g/m².
45.3.2.2 Papel cuchê
Esse tipo de papel tem um revestimento que o torna mais liso e uniforme, possibilitando uma impressão precisa e um melhor comportamento de cores, como o exigido para a impressão de fotografias. Só é encontrado na cor branca, podendo ser dos tipos fosco ou brilhante. Tem custo mais alto do que o papel ofsete.
O cuchê fosco absorve mais luz, o que deixa a cor mais pura, dando uma aparência mais refinada e sofisticada ao impresso. O cuchê fosco nas gramaturas de 90 a 150 g/m² é mais indicado para miolo de livro e livretos com figuras muito elaboradas e coloridas.
O cuchê brilhante tem uma textura mais lisa e, consequentemente, mais brilhante do que o cuchê fosco e, por possuir uma camada fina de revestimento, as cores ficam mais vivas. Por ser brilhante, reflete mais luz, o que pode prejudicar a leitura dependendo do tipo de publicação. O cuchê brilhante é indicado para a impressão de capas de livretos (nas gramaturas de 150 a 170 g/m²) e de capas de livros de até 100 páginas (nas gramaturas de 230 a 250 g/m²).
45.3.2.3 Papel reciclado
Esse tipo de papel é produzido com o reaproveitamento do papel não funcional. Além de ter apelo ecológico, esse papel tem custo equivalente ao de outros tipos de papel não reciclados. Sua cor pode ser creme ou cinza, entre outras tonalidades claras, e sua textura é um pouco mais áspera do que a do papel branco. O papel reciclado aceita impressão colorida e oferece gramaturas que vão de 75 a 240 g/m². O papel reciclado produzido em escala industrial serve para impressão gráfica em grande escala; já o artesanal, não.
45.3.2.4 Papel cartão tríplex
Esse tipo de papel tem textura extremamente lisa e é muito resistente devido à sua alta gramatura (de 250 a 350 g/m²). Aceita todos os recursos gráficos, como impressão em cores, laminação fosca ou brilhante e verniz total ou localizado. Ele é ideal para impressões em alta qualidade e um dos mais utilizados para capa de livro.
45.3.2.5 Papel cartão paraná
Esse tipo de papel acartonado, que não permite impressão direta na sua superfície, tem alta gramatura (de 250 a 1.000 g/m²) e rigidez, sendo muito utilizado para dar estrutura à capa dura de livro.
45.4 Acabamento
O acabamento é a fase final de um trabalho gráfico, posterior à impressão. Inclui acabamentos básicos (comuns à maioria dos tipos de publicação, tais como alceamento e encadernação) e acabamentos especiais (como laminação e verniz).
45.4.1 Alceamento e refile
O alceamento é a técnica utilizada para a montagem ou arranjo de cadernos (conjunto de páginas — em geral, 4, 8, 16 ou 32 — impresso em uma só folha, na frente e no verso) ou de folhas avulsas na sequência para que as páginas fiquem na ordem correta durante as etapas seguintes do processo de encadernação de publicações. O alceamento envolve a intercalação correta e a dobra das folhas impressas, resultando numa sucessão de cadernos ou folhas, que constitui o miolo da publicação.
Depois de os cadernos ou folhas terem sido unidos (com ou sem capa, dependendo do tipo de encadernação), é feito o refile, que consiste no corte simultâneo das bordas de vários papéis que compõem a publicação. Os objetivos são remover pequenas diferenças entre as folhas, igualando-as; e eliminar margens e marcas de corte (se houver). Assim, é depois do refile que o impresso adquire seu formato final, sendo essencial para sua qualidade. A depender do tipo de capa, é feito o refile somente do miolo, o qual depois é fixado à capa.
45.4.2 Encadernação
A encadernação é a união dos cadernos ou das folhas soltas (miolo da publicação) com a capa. O intuito da encadernação é facilitar o manuseio e unir as páginas da publicação, além de protegê-la e dar-lhe um aspecto esteticamente harmonioso.
Na escolha do tipo de encadernação, deve-se estabelecer o tipo de lombada (canoa, quadrada, espiral ou anel duplo) e o tipo de capa (mole, dura ou flexível), visto que esses dois aspectos estão intimamente relacionados.
45.4.2.1 Tipos de lombada
Os principais tipos de lombada são: canoa, quadrada, espiral e anel duplo (ou wire-o).
45.4.2.1.1 Lombada canoa
Na encadernação com lombada canoa (também chamada de “dobra e grampo”), os cadernos são juntados uns dentro dos outros e presos à capa por grampos inseridos na linha de dobra. Essa encadernação é comumente utilizada em publicações de baixo custo com até 64 páginas, sempre com capa mole.
45.4.2.1.2 Lombada quadrada
Na encadernação com lombada quadrada, os cadernos são juntados uns aos outros de diversas maneiras. Posteriormente, essa junção de cadernos é presa a uma capa mole, capa dura ou capa flexível. Essa encadernação proporciona um aspecto mais elegante à publicação, sendo utilizada a partir de 65 páginas.
Tipicamente, esse sistema de encadernação consiste em colar e/ou costurar os cadernos do miolo (podendo também ser unidos com tela) e fixar esse conjunto à capa. Mais recentemente, vêm sendo também empregados métodos com colas especiais. Dependendo da quantidade de páginas e do tipo de capa, os seguintes processos podem ser adotados com lombada quadrada:
Cola quente — Neste processo, a cola quente à base de copolímero de etileno-acetato de vinila (hot melt) ou poliuretano reativo (PUR) é aplicada sob altas temperaturas uniformemente na lombada e lateral das folhas, em ranhuras independentes, ligando solidamente o conjunto de cadernos. Nesse processo, usado basicamente para publicações com capa mole, há a possibilidade de colar as folhas soltas após serem empilhadas e alinhadas. Posteriormente, é colocada a capa na lombada e é refilada cada unidade.
A cola quente é recomendada para livros com capa mole com até 300 páginas. Por ser mais resistente, a cola PUR é mais indicada para livros com até 700 páginas ou que terão intenso manuseio, podendo substituir o uso de costura.
Costura e cola — Neste processo, as folhas de cada caderno são agrupadas por costuras nas dobras internas dos cadernos e, em seguida, é feita a união com o uso de cola quente. Depois, o conjunto de cadernos pode ser refilado e fixado à capa (dura ou flexível) através das folhas de guarda; ou pode ser fixado à capa mole e, em seguida, refilado.
A costura garante uma capacidade de manuseio mais segura e durável. Com custo mais elevado do que a simples colagem a quente, esta técnica é adequada para encadernação com capa dura de impressos com mais de 600 páginas.
Costura, cola e tela — Neste processo, os cadernos são costurados, unidos com cola quente e também colados a uma tela. Depois, o conjunto é refilado e fixado à capa (dura ou flexível) através das folhas de guarda. Esta é a mais resistente de todas as encadernações, sendo recomendada para encadernação com capa dura de impressos com mais de 800 páginas.
45.4.2.1.3 Lombada espiral
Na encadernação com lombada espiral, são feitos mecanicamente furos redondos simultâneos (que atravessam a capa e as páginas, já pré-ordenadas) próximos à margem do papel. A união do conjunto é feita inserindo, nos furos, um fecho em espiral, geralmente de plástico.
Essa técnica suporta até 800 páginas quando em papel de baixa gramatura e se destina a tipos específicos de publicações, como materiais didáticos e livretos de receitas. Capa mole é a mais recomendada para este tipo de lombada.
Este é um dos tipos de encadernação mais simples e baratos do mercado, mas o resultado final tem aparência rústica e não agrega valor à obra.
45.4.2.1.4 Lombada anel duplo
Na encadernação com anel duplo (ou wire-o), são feitos mecanicamente furos quadrados simultâneos (que atravessam a capa e as páginas, já pré-ordenadas) próximos à margem do papel. A união do conjunto é feita inserindo, nos furos, um fecho em arames metálicos duplos, mais robustos e sofisticados. Trata-se de um aperfeiçoamento da técnica de encadernação tradicional em espiral. É bastante conhecido por valorizar visualmente o produto e por conferir mais resistência ao impresso (particularmente quando usado com capa dura ou flexível).
Essa técnica admite uma quantidade variada de páginas (de 20 a 500 páginas) dependendo da gramatura do papel do miolo e se destina a tipos específicos de publicações, como portfólios e catálogos de produtos ou tecnologias e alguns tipos de manuais.
Este tipo de lombada pode ser usado com qualquer tipo de capa (mole, dura e flexível).
45.4.2.2 Tipos de capa
Existem basicamente os seguintes tipos de capas:
Capa mole — Na encadernação com capa mole, o miolo do livro é protegido por uma capa (com ou sem orelhas) de papel encorpado fixada na lombada. Quando este tipo de capa é usado, o refile do miolo e da capa é feito numa única operação, não havendo, portanto, excessos da capa que se projetam além do miolo.
A capa mole pode ser adotada com lombada canoa, quadrada, espiral e anel duplo (wire-o).
Orelhas — Parte excedente da primeira e da quarta capa, que se dobram para dentro, que somente se aplica em livro com capa mole.
Capa dura — Na encadernação com capa dura, o miolo é protegido por uma capa rígida (sem orelhas), conferindo mais resistência e durabilidade ao livro, além de aumentar o impacto estético do produto. A capa dura possui excessos que se projetam além dos cortes do miolo. Assim, o refile dos cadernos (e das folhas de guarda, no caso de lombada quadrada) é realizado antes de o miolo ser fixado à capa.
A capa dura pode ser adotada com lombada quadrada, espiral e anel duplo.
Capa flexível — A encadernação com capa flexível é uma versão intermediária entre as capas mole e dura. A capa flexível é composta de papel mais encorpado do que a capa mole e recebe laminação na frente, o que a torna mais resistente do que a capa mole e de menor custo do que a capa dura. Similarmente à capa dura, a capa flexível possui excessos que se projetam além do miolo. Assim, o refile dos cadernos (e das folhas de guarda, no caso de lombada quadrada) é realizado antes de o miolo ser fixado à capa.
A capa flexível pode ser adotada com lombada quadrada, espiral e anel duplo.
45.4.3 Acabamentos especiais
Além do alceamento, da encadernação e do refile, existem vários outros processos de acabamento que podem ser utilizados na capa e/ou no miolo para proporcionar efeitos específicos à publicação impressa. Os tipos mais utilizados são:
Gravação a quente (hot stamping) — Processo relevográfico cuja coloração, brilho e textura proporcionam efeito semelhante ao de uma impressão em metal (ouro, prata e outras tonalidades).
Timbragem — Processo encavográfico feito com matriz de chapa de aço que, ao receber a tinta apropriada e ser fortemente pressionada contra o papel, gera uma impressão em relevo.
Relevo americano — Processo de impressão tipográfica que produz um efeito tátil em virtude da formação de uma textura grossa em relevo, com aplicação de cor.
Relevo seco — Processo de impressão tipográfica que produz um efeito tátil, em virtude da formação de uma textura grossa em relevo, sem aplicação de cor.
Laminação — Processo no qual se aplica um filme ou película plástica sobre o papel já impresso (tipicamente o da capa), dando um aspecto mais profissional e conferindo ao livro mais resistência e durabilidade, além de beleza. O filme que reveste o papel, aplicado por calor e pressão, é feito normalmente de material plástico de polietileno, disponível em diversas espessuras, podendo ser fosco ou brilhante. Já a laminação a quente com película de polipropileno biorientado (BOPP) é um processo cujos insumos são muito variados e que permite maior aderência e a aplicação de verniz.
Verniz — Processo que visa proporcionar maior resistência ao calor e à abrasão, além de ter efeito estético expressivo. Podem ser usados verniz de máquina (recurso mais simples e rápido) ou verniz ultravioleta (UV) de alto brilho.
Corte especial — Processo em que são aplicados cortes de formatos variados, o que demanda lâminas especiais. A lâmina age, por pressão, sobre o conjunto de peças impressas, executando o corte simultaneamente sobre muitas unidades. Ao contrário do refile (em que se fazem os cortes na finalização do produto impresso), o corte especial é feito antes da encadernação.
Vincagem — Processo que resulta num vinco sobre o papel, para viabilizar o manuseio ou a feitura de dobras. A vincagem é feita em máquina por meio de uma lâmina arredondada que efetua a pressão sobre o papel, originando o vinco.
Serrilhagem — Processo que resulta na perfuração do papel em pequenos pontos. É utilizado para permitir que alguma parte do impresso seja destacada sem danificar o papel ou a encadernação.
45.5 Especificações para solicitação de orçamento
As informações a seguir são de suma importância para se solicitar à gráfica um orçamento de impressão correto:
- Designação do produto — Indicar o tipo de publicação a ser impresso (livro, livreto, fascículo, fôlder, etc.).
- Tamanho ou formato (altura x largura) — Indicar o tamanho (formato fechado) da publicação a ser impressa, conforme o projeto gráfico.
Para as publicações da Embrapa, os formatos mais usados e recomendados para livros são: 10 x 15 cm; 16 x 22 cm; 20 x 20 cm; 18,5 x 25,5 cm; e 21,0 x 29,7 cm.
- Número de páginas — Indicar o número total de páginas da obra a ser impressa, incluindo, se houver, páginas não numeradas.
- Número de cores — Indicar quais e quantas cores o impresso terá. Na escala de cores CMYK (ciano, magenta, amarelo e preto), a obra pode ser impressa em 1 x 1 (ou seja, 1 cor na frente e 1 cor no verso do papel), 4 x 4 (4 cores na frente e 4 cores no verso), 4 x 0 (4 cores na frente e 0 cor no verso), etc. No caso de cor no padrão Pantone, ela entrará como uma quinta cor.
- Papel — Indicar o tipo e a gramatura do papel para impressão do miolo e da capa da obra.
- Encadernação — Indicar os tipos de lombada (canoa, quadrada, espiral ou wire-o), de capa (mole, dura ou flexível) e acabamentos a serem aplicados na capa (gravação a quente, timbragem, laminação, verniz, orelha, corte especial, etc.).
Nos casos de verniz localizado, corte especial e timbragem, é necessário enviar para a gráfica um arquivo em PDF, montado pelo diagramador, determinando os locais em que os acabamentos serão aplicados.
- Acabamentos no miolo — Indicar acabamentos específicos a serem aplicados no miolo da obra (corte especial, dobradura ou vincagem, serrilhagem, etc.)
- Tiragem — Indicar o número de exemplares a serem impressos.
As gráficas, em geral, dispõem de formulário específico para a solicitação de orçamento para a impressão de publicações.
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