44 Projeto Editorial, Projeto Gráfico e Diagramação

Esta seção apresenta uma síntese de conceitos e diretrizes relacionadas a projeto editorial, projeto gráfico e diagramação. As informações aqui contidas serão úteis àqueles envolvidos no processo de planejamento, editoração e impressão de uma publicação.

O processo de transformação de determinado conteúdo em uma publicação, seja um livro ou um simples folheto informativo, requer planejamento, que deve sempre atentar para dois objetivos fundamentais: o conteúdo (textual e visual) e o leitor. Assim, todas as fases do processo editorial de uma publicação têm de estar ligadas ao objetivo de sensibilizar o leitor, por meio de estética e comunicação visual de qualidade, para acessar o conteúdo da forma mais íntegra e clara possível.

Para isso se dar de forma plenamente satisfatória, deve-se lançar mão de um bom projeto editorial e de seu consequente projeto gráfico. Tais projetos têm a finalidade de orientar todo o processo de produção da publicação, com destaque para sua diagramação e, no caso de obra impressa, sua impressão.

44.1 Projeto editorial

Toda publicação, para que seja adequada e atinja seu propósito, deve partir de um bom projeto editorial. Delinear o projeto editorial de qualquer publicação é fundamental, já que ele dará as diretrizes para a elaboração do projeto gráfico e, consequentemente, para a diagramação da obra.

O projeto editorial é o detalhamento do perfil da publicação. Ele delimita o objetivo, o público-alvo, a linguagem, a abrangência temática e a estruturação da obra como um todo, o que envolve estabelecer os elementos externos, pré-textuais, textuais e pós-textuais que devem constar na obra. Um bom projeto editorial se fundamenta no uso do bom senso e em resposta a perguntas como:

  • A que público será direcionada a publicação (faixa etária, nível de instrução, etc.)?
  • Qual é a densidade informacional (panorâmica ou aprofundada, quantidade de seções e informações abordadas na publicação, etc.) e o tipo de autoria (individual/coautoria, coletiva ou corporativa?
  • Qual é o produto editorial a ser utilizado (livro, livreto, cartilha, fascículo de uma Série Embrapa, etc.)?
  • Como a publicação será manuseada (material didático, de consulta ou de leitura)?
  • Qual é o caráter (técnico, científico, de divulgação), o estilo e a imagem desejada da publicação?

Exemplo:

Um fôlder não pode ser formal como um livro avulso. No primeiro, a estrutura é mais simples, o estilo é mais direto e a abordagem é mais breve, enquanto, no segundo, espera-se uma estrutura mais densa e maior aprofundamento do conteúdo.

Dos produtos editoriais previstos neste Manual, as Séries e Coleções têm projetos editoriais pré-definidos e devem ser seguidos. Alguns elementos, no entanto, são opcionais (consultar a seção Projeto Editorial de cada coleção ou série em particular).

Já os projetos editoriais das publicações avulsas (livro, livreto, cartilha, folheto informativo e fôlder) devem ser estabelecidos com base nos elementos externos, pré-textuais, textuais e pós-textuais previstos para cada tipo de publicação. Alguns desses elementos são obrigatórios, e outros, opcionais (consultar a seção Estrutura de cada produto em particular).

44.2 Projeto gráfico

O projeto gráfico é o planejamento das características gráfico-visuais da publicação (capas e miolo) adequadas ao seu projeto editorial, com foco no conteúdo e no público-alvo. É esse projeto que especifica, por exemplo, a fonte e o corpo dos caracteres, as cores e o tamanho da publicação.

Um bom projeto gráfico se fundamenta em respostas a questões como:

  • A publicação será disponibilizada por meio de acesso livre e aberto ou será comercializada?
  • A publicação deve ter soluções gráficas simples ou ser mais sofisticadas?
  • A publicação será em suporte digital ou impresso?
  • O conteúdo é vasto, como um manual, ou compacto, como uma cartilha?
  • No caso de publicação impressa, qual é a durabilidade esperada? A obra será manuseada constantemente e por vários anos?
  • Quais são os recursos financeiros disponíveis para executar o trabalho?

O resultado da organização visual da obra não deve levar em conta somente a estética, mas, principalmente, a funcionalidade, para o pleno entendimento do conteúdo da publicação. Um bom projeto gráfico tem por objetivo destacar os pontos mais importantes de uma obra, apresentar as informações de maneira clara e dispô-las em um visual atrativo ao leitor.

Não existe uma forma exata nem regras fixas para compor o projeto gráfico. É fundamental, no entanto, que o projeto estabeleça uma relação harmônica entre o tamanho da página, a tipologia e a inserção de figuras e tabelas, resultando em uma mancha gráfica agradável à leitura. Deve ter padrão contínuo em toda a obra, como tamanho de fonte e entrelinha, cores, disposição das figuras, etc.

A capa também é parte importante do projeto gráfico, pois é o primeiro ponto de contato do público com a obra, podendo causar impacto favorável (ou não) à publicação, especialmente no caso de obra impressa ou para comercialização. Seu leiaute deve ser coerente com o do miolo e representar bem o conteúdo.

O projeto gráfico também deve definir as cores a serem usadas em diferentes partes da publicação, como capas, títulos de seções, tabelas, gráficos, etc. e, no caso de publicações impressas, o tipo e a gramatura do papel e o acabamento da publicação (encadernação canoa ou lombada dura, capa flexível ou dura, etc.). Neste aspecto, deve-se evitar, sempre que possível, o uso de fundo colorido em páginas, tabelas, boxes, gráficos, diagramas e assemelhados, de forma viabilizar sua impressão econômica e sustentável, seja ela em gráfica ou pelo próprio leitor.

Dos produtos editoriais previstos neste Manual, as séries Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, Circular Técnica, Comunicado Técnico, Documentos e Sistemas de Produção e todas as Coleções têm projetos gráficos pré-estabelecidos, que devem ser aplicados sem modificações. Já os fascículos da série Eventos Técnicos & Científicos têm pré-estabelecido apenas o tamanho (ver seção a seguir), sendo o restante do projeto gráfico livre (mas sempre em observância às normas deste Manual).

Já os projetos gráficos das publicações avulsas (livro, livreto, cartilha, folheto informativo e fôlder) são de criação livre.

Nas seções a seguir, são destacadas algumas das características elementares de qualquer projeto gráfico.

44.2.1 Mancha gráfica

A mancha gráfica é um recurso para organizar e distribuir os conteúdos na página, estabelecendo a área que devem ocupar e os espaços que deve haver entre blocos de conteúdo (textos, figuras, tabelas, etc.). Antes de definir o projeto gráfico da obra, deve-se testar várias opções de mancha gráfica, a fim de escolher aquela que permite melhor equilíbrio entre largura(s) da(s) coluna(s) de texto, tipo e corpo do caractere e outros elementos.

Para o melhor uso do espaço da página, criam-se linhas ou grids imaginários que relacionam geometricamente todos os elementos que farão parte da publicação. São especificados a tipologia de títulos e textos, bem como o corpo, as entrelinhas e o espacejamento entre letras. Por fim, são estabelecidas a posição, o leiaute e as dimensões de figuras, tabelas e outros elementos gráficos, como fios, traços, contornos, texturas, etc.

44.2.2 Tamanho

Para publicações em qualquer suporte (impresso ou digital, em especial para PDF), o projeto gráfico deve estabelecer o tamanho (formato) de página a ser adotado, considerando que ele vai determinar a forma como a publicação será lida e afetar a disposição dos elementos gráficos que compõem a publicação.

No caso de obra impressa, também é necessário verificar com a gráfica qual é o melhor tamanho de acordo com o melhor aproveitamento de papel, para evitar desperdício e reduzir o custo final do impresso.

Existem formatos padronizados internacionalmente (também usados como referência no projeto de publicações digitais em PDF) que possibilitam melhor aproveitamento do papel (o que refletirá diretamente no orçamento para a impressão da publicação) e manutenção da proporção da folha, independentemente de quantas vezes o papel for dobrado. Um deles, pertencente à Série A, é o formato DIN, cuja identificação de formatos e medidas são as seguintes:

Formato A0 (folha inteira): 84,1 x 118,9 cm

Formato A1: 59,4 x 84,1 cm

Formato A2: 42,0 x 59,4 cm

Formato A3: 29,7 x 42,0 cm

Formato A4: 21,0 x 29,7 cm

Formato A5: 14,8 x 21,0 cm

Formato A6: 10,5 x 14,8 cm

Dos produtos editoriais previstos neste Manual, os tamanhos de página são pré-estabelecidos para todas as Coleções e as Séries, que devem ser A4 ou A5 (consulte cada caso).

Para as publicações avulsas Livro, Livreto e Cartilha (tanto impressas quanto digitais em formato PDF), sugerem-se os tamanhos A4 ou A5. Para Folheto Informativo, o tamanho estabelecido é sempre A4. Já para Fôlder, sugere-se o tamanho básico de 9,9 x 21,0 cm usando papel com 2/3 de A4 (para dobra simples) ou A4 (para duas dobras).

No caso de livros impressos, os tamanhos 18,5 x 25,5 cm e 16,0 x 22,0 cm também são comuns e podem ser usados.

44.2.3 Tipologia

Tipologia é o conjunto de caracteres tipográficos utilizados num projeto gráfico.

Na escolha da tipologia, deve-se considerar o objetivo da publicação, o tipo e a escolaridade do usuário e o formato da publicação. Se a tipologia escolhida for atraente e convidativa, condizente com a proposta, a leitura torna-se uma tarefa prazerosa. O objetivo, afinal, é que a tipologia facilite a concentração do leitor nos aspectos essenciais do conteúdo.

O tipo, o tamanho e o espaçamento entre as letras afeta diretamente a decisão de distribuir o texto em colunas e a legibilidade do conteúdo.

Nas publicações da Embrapa, a escolha da tipologia também deve ser orientada pelo princípio de gratuidade: recomenda-se escolher fontes gratuitas, como Roboto, Arial e Times New Roman. Isso resulta em economia para a Empresa (pois evita pagamento de direitos autorais) e facilidade de procedimentos de impressão (já que qualquer gráfica tem acesso a essas fontes) e de leitura de publicações digitais (pois os aplicativos para leitura não apresentam limitações a essas fontes). Devem-se optar também por tipologias que tenham todos os símbolos, números, diacríticos, variações (itálico, negrito, etc.), etc., para evitar falta de elementos que o conteúdo possa exigir.

44.2.4 Figuras e tabelas

As figuras e as tabelas devem ser consideradas no projeto gráfico e estar relacionadas com o desenho da página (tamanho, número de colunas, etc.).

O projeto deve definir: onde e como figuras e tabelas devem ser posicionadas na página, qual deve ser sua proporção em relação ao texto, quais as dimensões máximas que a página comporta e qual deve ser a escala de cores, espessura de fios/traços e a tipologia (tamanho, cores, etc.) a serem usadas dentro da figura ou da tabela, caso elas precisem ser redesenhadas.

Recomenda-se não utilizar fios com espessura hairline, pois, dependendo do tipo de impressão, eles podem ficar praticamente invisíveis. Utilizar medidas de, no mínimo, 0,425 ponto (0,15 mm).

A tipologia de títulos de figuras e tabelas deve ser padronizada de acordo com a definida para o corpo do texto.

44.2.5 Uso de colunas

A melhor maneira de organizar o conteúdo textual nas páginas é através de colunas. E da mesma forma que a tipografia, o alinhamento de texto e o espaçamento entrelinhas, a largura e o número de colunas interferem na legibilidade do texto e devem ser consideradas.

Colunas largas, por exemplo, podem ser cansativas ao leitor. Já colunas estreitas dão a ideia de um texto dinâmico, mas podem prejudicar a fluidez da leitura e a inserção de figuras e tabelas se forem muito estreitas. De modo geral, publicações em formato A4 ou similar são diagramadas em duas colunas, enquanto aquelas em formato A5 ou similar são diagramadas em uma coluna.

44.2.6 Espaços em branco

A existência de espaços entre os blocos de conteúdo (sejam parágrafos ou seções textuais, figuras, tabelas ou outro elemento) é importante para que o leitor identifique facilmente as informações apresentadas na publicação.

Quando essa regra não é observada, as informações se misturam e ganham um aspecto visual desorganizado. Assim, deve-se deixar espaço suficiente entre os elementos e entre eles e as margens da página para evidenciar os aspectos graficamente relevantes na publicação.

44.2.7 Alinhamento do texto

Existem duas opções básicas de alinhamento do texto: alinhamento justificado e alinhamento à esquerda. O primeiro é mais indicado para publicações impressas e digitais em formato PDF. O segundo se aplica para publicações em geral que adotam páginas tanto com coluna única muito larga, pois favorece a fluidez da leitura, quanto com colunas estreitas, pois evita o aparecimento de espaços grandes entre palavras.

De modo geral, recomenda-se manter a padronização de alinhamentos ao longo de todo o corpo do texto. No entanto, é possível combiná-los em alguns casos: por exemplo, usar justificado para o corpo do texto e alinhado à esquerda para títulos de figuras, tabelas e boxes de destaque.

44.2.8 Hifenização

O uso de texto hifenizado em publicações em português tem por objetivo alinhar lateralmente o texto, dividindo as palavras no fim da linha de acordo com as regras de translineação. Aplica-se, portanto, somente em textos justificados, visando manter a estética da página e evitar espaços grandes entre as palavras (também conhecidos como “cavalos”). A hifenização deve ser evitada quando houver colunas de texto muito estreitas, pois isso gera um número excessivo de quebras de palavras e prejudica a estética e a leitura.

Observação sobre publicação em idioma estrangeiro

As regras de translineação e divisão silábica variam de idioma para idioma. Por isso e para evitar despadronização, todas as publicações da Embrapa em qualquer idioma estrangeiro devem ser diagramadas sem hifenização.

44.2.9 Hierarquia de títulos

Deve haver atenção na hierarquização de títulos para não se criar uma publicação poluída e visualmente confusa.

O projeto gráfico deve prever diferenciações entre títulos (da obra, das seções, das subseções, das tabelas e das figuras), assim como legendas e notas de rodapé, segundo o seu valor no texto, por meio de distintas tipologias, tamanho e cores de fonte e/ou sua disposição na página.

Os títulos das seções primárias devem ter destaque em relação aos títulos das seções secundárias e, assim, sucessivamente. Por exemplo, pode-se adotar maior tamanho de fonte para as seções primárias e ir reduzindo-o até as seções quinárias, se houver, sempre mantendo maior e/ou com destaque (com uso de negrito, por exemplo) o corpo dos títulos da última sessão em relação ao corpo do texto. Associado ao uso de tamanhos diferentes de fonte, pode-se adotar ainda caixa-alta e/ou caixa-alta-e-baixa, recuos, cores e destaques para criar uma hierarquia visualmente clara ao longo da obra. Já uma nota de rodapé ou um título de figura ou de tabela serão inscritos num lugar específico e com um tamanho de fonte apropriado.

O uso de recursos gráficos é o sistema de indicação de hierarquia preferencialmente usado nas obras editadas pela Embrapa. Somente em obras específicas (aquelas com grande quantidade de seções), a hierarquização de seções pode ser feita pelo sistema de numeração progressiva (ver seção 28.2).

44.3 Diagramação

A diagramação consiste em um conjunto de atividades, técnicas e práticas de design gráfico para distribuir os elementos (textos, figuras, tabelas, etc.) em uma página seguindo as linhas previstas no projeto gráfico. A etapa de diagramação ocorre depois de o projeto editorial e o projeto gráfico serem aprovados, os originais do texto serem devidamente revisados e as referências e citações serem normalizadas. O trabalho de diagramação deve ser feito em software apropriado, para garantir um resultado mais profissional.

Para manter a qualidade dos produtos editoriais da Embrapa, é recomendável que o diagramador siga algumas recomendações. Esses passos otimizarão o tempo de trabalho e evitarão problemas na etapa final de produção da obra impressa ou digital.

44.3.1 Recomendações gerais

Algumas recomendações gerais básicas que merecem atenção antes e durante a diagramação de uma obra impressa ou digital são sintetizadas a seguir:

  • Respeitar o projeto gráfico — É preciso entender que a identidade visual estabelecida no projeto gráfico para uma determinada obra precisa ser respeitada e deve ser mantida. Mas, sempre que necessário e dentro dos limites do projeto gráfico, a atenção do diagramador aos detalhes irá colaborar ainda mais para a relevância do conteúdo diagramado.
  • Figuras — As figuras são elementos de apoio textual e devem ter boa qualidade gráfica. No caso de fotografia, desenho e similares, deve-se trabalhar com imagens originais em boa resolução e nunca distorcer suas proporções. Mesmo em publicações digitais, que permitem o uso de figuras de menor resolução do que aquelas para impressão, não se deve usar materiais de baixa qualidade. Ademais, os direitos de uso da imagem devem ser sempre observados (ver seção 25.6 e seção 25.7).

    Para mais informações sobre a diagramação de figuras e tabelas, consultar a seção 25.

  • Organizar todos os arquivos utilizados (imagens, fontes e textos) numa mesma pasta no computador para evitar, por exemplo, o uso de versões antigas dos arquivos originais.
  • Em vetores, utilizar a menor quantidade possível de pontos. Muitos pontos retardam o processamento do arquivo e podem causar erros.
  • Usar tabelas construídas no próprio programa de diagramação, preferencialmente importadas de um programa editor de textos.
  • Transformar texturas em arquivo de imagem.
  • No corpo do texto, eliminar linhas órfãs e viúvas, pois elas desconfiguram a apresentação do bloco de texto na página. A órfã é a primeira linha de um parágrafo que se encontra sozinha na parte inferior de uma página. A viúva é a última linha de um parágrafo que se encontra sozinha na parte superior de uma página.
  • No corpo do texto, eliminar a hifenização de palavra na última linha da página diagramada de qualquer publicação, pois essa separação prejudica a fluidez da leitura, haja vista que parte da palavra fica no fim de uma página e parte no início da outra página.
  • Eliminar os elementos que estiverem fora das páginas depois de finalizados os arquivos no programa de diagramação. Os itens indesejados deverão ser deletados e não cobertos com boxes brancos.

44.3.1.1 Obra impressa

Para obras impressas, aplicam-se as seguintes recomendações complementares:

  • Assegurar-se de que todas as imagens estejam no padrão de cores CMYK e com resolução efetiva de pelo menos 300 dpi. Fazer o tratamento (equilíbrio e ajustes de cor e de luz) das imagens à parte, em software próprio para tratamento de imagem.
  • Redesenhar em software profissional de design gráfico ou transcodificar os gráficos gerados em programa editor de gráficos, planilhas ou textos para o padrão de cores CMYK.
  • Verificar se a cor preta nas figuras, nas tabelas e nos textos está em preto 100%, e se as demais cores estão com 0% (C = 0%, M = 0%, Y = 0% e K = 100%).
  • A cor preta sempre deve estar habilitada para overprint (que significa "imprimir sobre", ou seja, o elemento não vai "vazar" a cor de baixo). O overprint é uma técnica que serve para "maquiar" possíveis falhas de impressão. Por exemplo, para um texto em preto não "vazar" sobre o fundo em cromia. Geralmente, os textos utilizam fontes entre 7 a 9 pontos, um tamanho relativamente pequeno, ou seja, qualquer desvio, por menor que seja, pode acabar aparecendo um filete branco em torno das letras. Além disso, o overprint tem a capacidade de deixar o preto ainda mais escuro e vivo.
  • Ao criar arquivos de imagem em tons de cinza, converter para o padrão grayscale (tons de cinza). Para uma imagem apenas em preto e branco, confirmar se a cor preta está no padrão de cores CMYK (C = 0%, M = 0%, Y = 0% e K = 100%).
  • Usar o espaço da mancha gráfica a partir de 0,8 cm do corte (borda do papel), a fim de não correr o risco de perder informação quando o impresso for refilado no acabamento.
  • Verificar, em objetos como linha, fio, fotografia, tabela, boxe de destaque, etc., a margem de sangria quando a arte ultrapassar o limite do formato final. Se o corte não estiver apenas rente ao corte da página, ele deve "sangrar", no mínimo, 5 mm para fora do corte da página.
  • Quando a diagramação estiver finalizada, gerar o arquivo PDF com alta resolução e compatível com o processo de gravação direta de chapas computer-to-plate (CtP) da gráfica. Em geral, é recomendado que se gere um PDF com a predefinição PDF/X-1a:2001. Consultar a gráfica para saber se há algum procedimento específico para o fechamento do arquivo.
  • Além do arquivo fechado (em PDF), deve-se enviar uma cópia impressa do arquivo para a gráfica. A cópia impressa servirá apenas de base para conferência, no caso de problemas de diagramação de textos, figuras ou tabelas. Caso necessário, enviar também o arquivo aberto.
  • Deve-se enviar também, em arquivos separados, as fontes usadas na obra (mesmo as mais simples), pois a gráfica pode não dispor das fontes utilizadas, e isso poderá causar problemas de alteração de caracteres na impressão.
  • Enviar à gráfica os arquivos por e-mail ou serviço de armazenagem em nuvem, ou gravá-los em CD ou DVD, sem esquecer de informar o nome do trabalho, o conteúdo dos arquivos e os programas e versões utilizadas.

    O arquivo aberto é aquele que pode ser editado e que contém todos os elementos que compõem a obra a ser impressa (textos e figuras). Esses elementos devem ser gravados na mesma mídia (nuvem, CD ou DVD), em diretórios e com extensões diferentes daquelas usadas no programa de paginação. O arquivo fechado é aquele que não pode ser editado e que integra todos os elementos que compõem o trabalho num só arquivo (em PDF). Enquanto o arquivo aberto permite correções de eventuais problemas, o fechado não admite alterações.

44.3.1.2 Obra digital

Para obras digitais, aplicam-se as seguintes recomendações complementares:

  • Assegurar-se de que todas as imagens estejam no padrão de cores RGB e com resolução efetiva adequada (geralmente entre 72 e 300 dpi). Fazer o tratamento delas à parte em software próprio para tratamento de imagem.
  • Redesenhar em software profissional de design gráfico ou transcodificar os gráficos gerados em programa editor de gráficos, planilhas ou textos para o padrão de cores RGB.
  • Ao criar arquivos de imagem em tons de cinza, converter para o padrão grayscale (tons de cinza).
  • No caso de obra digital em formato PDF ou ePub, gerar o arquivo fechado para publicação com resolução adequada e compatível para leitura em diferentes equipamentos.
  • Certificar-se de que o arquivo fechado tenha informações sobre a obra (como título, autores, assuntos, etc.) salvas em seus metadados.
  • Se aparecerem hyperlinks na obra, o arquivo deve ser configurado e fechado de forma a torná-los clicáveis. É recomendado que vínculos internos, como os itens do sumário ou menções a outros capítulos, também sejam hyperlinks clicáveis.

44.3.2 Prova de leiaute

A prova de leiaute é imprescindível e deve ser usada para a verificação de possíveis erros tipográficos e de redação e a validação final da diagramação. A prova de leiaute é normalmente impressa em impressora comum a laser ou jato de tinta (que pode ser inclusive monocromática), podendo ainda ser digital (arquivo PDF).

Somente depois da prova de leiaute aprovada pelo editor executivo, editor(es) técnico(s) e/ou autor(es), o diagramador deverá produzir o arquivo fechado a ser enviado para a produção gráfica e/ou registro da obra no Sistema de Gestão do Acervo Documental e Digital da Embrapa (Ainfo) e disponibilização no respectivo repositório da Embrapa (Alice ou Infoteca-e).


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